Como é que tudo começou?
Estávamos no ano 2000, a Ir. Lucília Teixeira era a Provincial de Moçambique e Angola. No Distrito de Inhambane, 400 Km a Norte de Maputo, "Terra de Boa Gente" como lhe chamou Vasco da Gama, numa pequena vila chamada Inharrime, vê-se assolada por umas cheias tão grandes que arrasam e varrem a única Escola Secundária da região. O Ministro da Educação lança o seu pedido à Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora, conhecidas pela sua dedicação à educação e formação dos jovens, para construir aí uma Escola Comunitária. Não basta dar o peixe a quem tem fome, é preciso dar-lhe uma cana e ensiná-lo a pescar. A Educação é a base que qualquer sociedade, é o pilar fundamental para o crescimento de um povo.
Começam as diligências junto de organizações internacionais para pedir fundos para a construção da escola.
Passam-se meses e a resposta é sempre a mesma: "Agora não dá, não há dinheiro"
No ano 2002 surge do Bispo de Inhambane o grande grito de dor pelas meninas órfãs que o SIDA, as cheias e outros flagelos vão deixando abandonadas. "É preciso estender a mão a estas meninas..."
Das autoridades locais de Inharrime vem a oferta de 48 hectares para lançar as fundações deste sonho. Há terreno para agricultura em massa para exportação e assim sustentar o Centro. Há também terreno para construção. Só está a faltar mesmo é o dinheiro...
Neste local com paisagens paradisíacas, a 30 km do Lago de Quissico, de terra vermelha fértil, é lançada a semente de um sonho.
"...mas, onde ir buscar o dinheiro?"
Só há uma maneira, contactar os amigos e começar.
E foi assim que em 2002, 4 religiosas deixam o Maputo com 200 euros no bolso e um ordenado de 120 euros para a religiosa que iria ensinar na Escola Primária, e rumam para Inharrime.
Começa em Itália e Portugal a "Campanha do Tijolo". Pequenos tijolos enfiados num fio preto são vendidos por 1 euro. Os amigos vão depositando os seus donativos "tijolos" e começa a construção.
Eis que o sonho se começa a tornar-se realidade!
KANIMAMBO