Queridos "Amigos", Padrinhos e Visitantes,
A entrar no mês de África começamos hoje um festival de poemas e lendas de Moçambique.
Socorremos-nos de antigos livros de Língua Portuguesa do 1º Ciclo e outras relíquias de alfarrabistas. Tem algum registo para partilhar, envie-o para o nosso mail, nós podemos procurar as fotos reais para acompanhar.
Aqui vai o nosso primeiro poema que faz ode aos Rios da Minha Terra de Rui Knopfli:
Toda a poesia oculta é a dos rios da minha terra.
Os que, cansados, sabem todas as histórias do Sena
e do Guadalquivir, do Reno e do Vouga,
ignoram a poesia
dos rios da minha terra.
Vinde aprender os nomes de Uanéteze,
Massintoto e Sábiè.
Vinde aprender a música
das ignoradas veias que mergulham
no vasto corpo do Incomáti,
o nome melodioso dos rios
da minha terra,
a estranha beleza das suas histórias.
Vinde escutar,
entender o ritmo gigante do Zambeze,
Colosso sonolento da planura,
trailoeiro no bote como o jacaré,
acordando da profundeza do sono
para galgar os matos
como cem mil búfalos estrondeantes.
Vede as margens barrentas
do Pungue, a tristezas doce do Umbelúzi
à hora do anoitecer. Ouvi então o Lúrio,
cujo nome evoca o lírio europeu.
Este foi apenas o primeiro de muitos registos sobre "A minha terra" - Moçambique.
Um abraço,
KANIMAMBO
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